Recentemente li uma
frase de Norma Jean Baker. Você conhece? Conhece Norma Jean Baker? Ela talvez
seja o mais famoso ícone do século XX. Não conheceu seu pai, nasceu em 1º de
Junho de 1926. Sua mãe foi internada numa instituição para doentes mentais
quando ela era criança e ela viveu então numa série de orfanatos de Los
Angeles, sem pertencer a nada, sem pertencer a ninguém. Casou-se a primeira vez
aos dezesseis anos, o que voltou a fazer algumas vezes. Virou um ícone,
celebridade jamais esquecida, foi amante do homem mais poderoso do mundo na
época... Uma overdose de barbitúricos a matou em agosto de 1962, aos 36 anos. O
nome pelo qual a conhecemos é Marilyn Monroe.
Eis o retrato de uma
das maiores celebridades do último século. A frase de Merilyn que eu li e que
me levou a escrever agora foi:
“Você está sempre
querendo e esperando
Alguma coisa;
Quando você consegue o
que quer,
Não quer o que tem...
Depois de conseguir o
que quer,
Não quer nem ver o que
sempre quis.”
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Esse é o beco sem saída
da nossa cultura. Cultura que tem capturado nossas mentes, corações... e isso
expressa grande parte do que chamamos pregação cristã de nossos dias. Apena um
eco da cultura. A grande característica de nossa cultura é um narcisismo nativo
no coração do homem natural. Isso tem caracterizado o evangelho no início do
terceiro milênio da história da igreja. Agarre... agarre, é o que tem sido
pregado - agarre toda a glória agora. Sem cruz, não pense na ira de Deus, não
pense em Julgamento. Seja simplesmente tudo o que você pode ser. É a versão
cristianizada do caminho de Norma Jean Baker.
Essa visão de vida fez
de Deus um meio para um fim e não a razão pela qual fomos criados. Estamos
buscando glória. É uma “teologia da glória” – Mas não o Soli Deo Gloria, nem a glória que o evangelho promete: “...herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também
participemos da sua glória”. - Romanos 8:17 – Glória na participação na
humilhação de Cristo não é a teologia da glória pregado no início do século
XXI. É a glória que exigimos aqui e agora, nos nossos termos... nos termos que
Norma Jean Baker procurou. Como a pregação pode ter chegado a um nível tão
baixo?
Abraçamos o mundo e
então começamos a dançar como a música. Como Marilyn Monroe colocou certa vez com grande perspicácia: “Hollywood é um lugar onde lhe pagam milhares
de dólares por um beijo e cinquenta centavos pela alma”.
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A pregação atual é em
sua maioria um eco do coração vazio de eternidade da cultura de nossos dias. Um
mundo que fala de liberdade, mas já não vê quão sem sentido ela é, um sonho de
uma mente caída e enganada e enganando a si mesmo. Uma geração de liberdades
vazias. Como disse um poeta:
Livre! Livres para
dormir, levantar, comer, trabalhar, comer,
Trabalhar, assistir,
dormir, levantar;
Livres para ficar
velhos, mais velhos,
Livres para nos
aposentarmos.
Livres para podarmos o
jardim,
Livres para
envelhecermos ainda mais
E com mãos trêmulas,
regar as flores na janela.
Livres para morrer – e talvez
ter o nome no jornal num obituário pago.
Livres para viver, para
morrer, para sermos esquecidos;
Nós que passamos a vida
inteira na escravidão do medo da morte,
E do medo da vida sem
sentido.
O evangelho que fala
sobre a “liberdade humana” é digno de pena, é rizível. O evangelho da “prosperidade”
é digno de vergonha e desprezo. Não estamos ficando mais saudáveis a cada dia,
mais fortes, experimentando mais e mais... estamos na verdade morrendo e nada
pode reverter este fato. Nem tudo – em dinheiro, fama, beleza, poder... que
Norma Baker possuiu – pôde reverter o fato de que ela estava morrendo e que a
vida da “teologia da glória” agora, é um beco sem saída – e fica pior – A morte é apenas um sintoma.
Cada um de nós terá uma causa diferente em nossos atestados de óbito. Mas de
fato, sua causa é algo que todos partilhamos: “O salário do pecado é a morte” –
Romanos 6.23 – “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” –
1 Coríntios 15.56.
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As boas novas do
evangelho não tem nenhuma relação com mascarar os sintomas. Os textos
mencionados, graças a Deus, não param no desespero, mas também não apontam para
outro lugar senão Deus e sua glória infinita – “ O salário do pecado é a morte,
mas o DOM GRATUITO de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” – “O
aguilhão da morte é o pecado, e a força
do pecado é a lei. Graças a Deus, que NOS DÁ a vitória por intermédio de nosso
Senhor Jesus Cristo” – A liberdade e vitória oferecida não está num beco sem
saída da “teologia da glória” segundo Hollywood – é muito mais profunda do que
alívio das tristezas da vida, do stress, solidão ou doença que inevitavelmente
leva a morte. Deus está falando sobre a vitória sobre a morte eterna!
O plano de Deus não se
focou nos sintomas... Cristo não veio por causa deles... Ele foi direto a causa
– A “ira de Deus sobre a impiedade e
injustiça dos homens” – Romanos 1.18. Você não precisa de Cristo como
um caminho para buscar e conseguir as
coisas que Norma Jean Baker (Marylyn Monroe) procurou... Não precisa de Deus para ter, eu
diria, uma visão mais positiva da vida... mas para ter uma visão da futilidade
da vida do homem como ela é: “Não foi
mediante coisas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados da vossa
fútil maneira de viver que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue de
Cristo...” – 1 Pedro 1.18. Um evangelho que não tira o homem dos valores
fúteis da vida centrada no homem, no mundo... e não em Deus, não é evangelho
nenhum. O evangelho nos liberta da escravidão da futilidade.
Quando tentamos
encaixar Deus no enredo, no filme de nossa vida caída, centrada em nós mesmos,
centrada no mundo... não conseguimos entender o básico ainda – o enredo está
errado, a vida está errada... a vida como um eco de nossa cultura... faz dela
um eco de tudo que está sobre a ira de Deus. Deus não se deixará encaixar no
enredo que escrevemos para nossas vidas... esse enredo expressa toda a futilidade
da qual o sacrifício de Cristo vem
livrar o homem.
Cristo veio, e essa é a
maior notícia do mundo – mas Ele não veio morrer para que o homem encontrasse
um pouco mais de felicidade e sucesso na vida – Ele nos coloca no caminho que
nos leva a cruz. Um Mártir da igreja escreveu:
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“Somos desarraigados de
nossa própria existência e levados de volta para a história sagrada de Deus na
terra. Ali, Deus tratou conosco, com nossas necessidades e pecados, por meio da
ira e da graça divinas. O importante não é que Deus seja espectador e
participante em nossa vida ( enredo ) hoje, mas que sejamos ouvintes atentos e
participantes na ação de Deus na história sagrada, na história de Cristo na
terra. Deus está conosco hoje, enquanto estivermos aqui. Nossa salvação está “fora de nós mesmos” (
extra nos ). Eu encontro salvação não na história de minha vida, mas somente na
história de Jesus Cristo... toda a realidade; nossa vida, nossa necessidade,
nossa culpa e nossa libertação estão nas Escrituras”.
"Jesus dizia a todos:
"Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a
sua cruz e siga-me." - Lucas 9:23
http://www.josemarbessa.com/2014/03/o-beco-sem-saida-de-nossa-cultura.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+blogspot%2FCBGG+%28JOSEMAR+BESSA%29
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